DESIGN SPRINT 2.0 - O QUE MUDOU DESDE A VERSÃO ORIGINAL E COMO ISSO MUDA NOSSO TRABALHO NO DIA A DIA

É praticamente impossível que você não tenha escutado falar em Design Sprint – o processo rápido, criativo e de design onde um grupo de pessoas valida ideias de negócio.
O processo foi criado e desenvolvido na Google Ventures – um braço da Google que tem como objetivo testar e acelerar ideias.
O método desenvolvido por Jake Knapp foi publicado no livro SPRINT no ano de 2016.
Mas como funciona a metodologia design sprint? Quais os benefícios de se utilizar o método na prática?
Vejamos.
Neste artigo vou te mostrar os seguintes tópicos:
- O QUE É DESIGN SPRINT
- DESIGN SPRINT – O PROCESSO
- O QUE MUDOU NA DESIGN SPRINT 2.0
- QUANDO UTILIZAR
- BENEFÍCIOS
Confira o artigo.
1. O QUE É DESIGN SPRINT

Design Sprint é um processo, originalmente de 5 dias, voltado para a exploração e validação de ideias.
É uma metodologia para responder questionamentos de negócio através de design e validação de hipóteses.
Por exemplo, uma empresa precisa melhorar seu relacionamento com seus clientes. As pessoas acreditam que criar um aplicativo é uma boa solução para o problema.
Será mesmo? Qual é o caminho mais apropriado para resolver essa questão? Design Sprint pode ajudar.
Mas qual é a diferença ente Design Sprint e outras metodologias que você encontra no mercado?
A principal diferença é que Design Sprint vai direto ao ponto.
No design sprint você não precisa de um MVP (Produto Mínimo Viável) para descobrir se a ideia é boa ou não.
Em quarenta horas de trabalho é possível identificar se uma determinada solução é viável e apropriada. Simples assim.
2. DESIGN SPRINT – O PROCESSO

Vamos entender um pouco do processo de trabalho do Design Sprint?
Mas antes deixa eu resumir as principais informações sobre a metodologia.
- O que é? Processo de 5 dias para validar ideias de negócio.
- Para quem é recomendado? Grupos de trabalho que precisam validar uma ideia de negócio.
- Quanto utilizar? Antes de iniciar o desenvolvimento de um produto ou quando não se tem ideia do que é a solução.
- Quem deve participar? Pessoas que possam contribuir para o desenvolvimento e validação da ideia. Neste grupo incluímos designers, product owners, product managers, desenvolvedores de software, pessoas do negócio e etc.
Vamos agora entender o que acontece em cada um dos dias.
PRÉ SPRINT
Trabalhar a agenda dos participantes é também outro ponto de vital importância dada a complexidade de agenda das pessoas. É necessário explicar a importância da participação ativa em todas as etapas do trabalho.
É aqui que todo o trabalho de planejamento da sprint é feito.
Tenha em mente que um bom planejamento leva tempo e não é feito em apenas 1 único dia.
DIA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Antes de iniciar todo o trabalho o facilitador deve tomar providências para que o evento aconteça de forma fluida. Por exemplo, garantir que a design sprint aconteça em uma mesma sala do início ao fim é fundamental para que o grupo de trabalho não perca tempo movendo de um lugar para outro os postits, protótipos e outros artefatos.
No primeiro dia de trabalho os participantes expõem tudo o que sabem sobre o problema em questão. É a oportunidade de expor os diferentes pontos de vista.
Durante o primeiro dia são realizadas atividades com o objetivo de definir um norte para a sprint. Veja algumas das técnicas e atividades utilizadas:
- Definir um objetivo de longo prazo
- Definir as perguntas da sprint
- Criar um mapa
- Entrevistar especialistas
- Definir alvo
DIA 2 – TERÇA-FEIRA
No segundo dia o objetivo é esboçar soluções. Algumas decisões serão tomadas durante esse dia.
A atividade que dá sentido ao segundo dia é a criação do stroyboard. É nesta atividade que o grupo de trabalho irá entender melhor o que as pessoas envolvidas no problema fazem.
O storyboard é uma sequência de desenhos quadro a quadro com o esboço das diversas cenas pensadas para um determinado objetivo.
DIA 3 – QUARTA-FEIRA
No terceiro dia o objetivo é decidir aquilo que será prototipado.
Veja algumas das técnicas e/ou atividades utilizadas:
- Museu de arte
- Mapa de calor
- Críticas-relâmpago
- Pesquisa de intenção de voto
- Supervoto
DIA 4 – QUINTA-FEIRA
O quarto dia basicamente é utilizado para a prototipação.
A prototipação é um passo importante, pois o protótipo precisa responder as perguntas da sprint.
E, diferente do que muitos possam acreitar, existe toda uma mecânica para facilitar a prototipação e torná-la um processo efetivo.
DIA 5 – SEXTA-FEIRA
No quinto e último dia da sprint o protótipo é testado, são realizadas entrevistas com usuários e os aprendizados são registrados.
É preciso ter muita sensibilidade para realizar as entrevistas e entender as reações dos usuários quanto a solução. Até porque nem sempre o usuário diz o que deveria dizer.
PÓS SPRINT
Depois da realização da design sprint é hora de registrar as impressões, percepções e todo material produzido.
Já facilitei mais de 70 sessões de design sprint e, na minha experiência, o trabalho pós sprint é dedicado a compilação do trabalho e apresentação do mesmo para tomadores de decisão (c-level, gestores e etc.).
3. O QUE MUDOU NA DESIGN SPRINT 2.0

Após rodar várias sessões de design sprint e, trabalhando em conjunto com Jake Knapp, a agência A&J SMART desenvolveu a Design Sprint 2.0 – uma versão mais enxuta do processo.
São várias as diferenças. Vou enumerar apenas algumas delas.
Mas antes, porque devemos nos importar com elas? Porque elas são fruto da experiência e feedback dos clientes da A&J SMART.
A primeira diferença é que o processo é executado em 4 dias. As atividades dos dias 1 e 2 foram aglutinadas em um único dia.
O dia 1 termina com os esboços, uma parte importante do processo.
O dia 2 se resume a tomar decisões sobre o que deve ser prototipado.
O dia 3 é dedicado a prototipação.
E o dia 4 é dedicado a testar o protótipo com usuários reais.
Particularmente gostei muito desse enxugamento para 4 dias, pois tornou o processo mais efetivo.
Ainda assim, vejo várias empresas encontrarem dificuldades em rodar uma design sprint em 4 dias inteiros. Falta tempo e comprometimento das pessoas.
A boa notícia é que você pode adaptar. Já rodei uma desing sprint remotamente em 3 sessões de 3 tardes (4 horas cada).
4. QUANDO UTILIZAR

Reparo que tem muito profissional que trava na hora de definir sobre ao método design sprint deve ser utilizado.
Vejo que alguns no mercado confundem inception com desing sprint. É um erro.
Não vou aqui esgotar todas as possibilidades de aplicação do design sprint. Mas quero destacar duas delas.
- A primeira é quando ainda não temos ideia do que será a solução. Neste caso podemos fazer uma design sprint para identificar o que é mais apropriado fazer.
Por exemplo, a empresa X é do segmento de educação. Partes interessadas do negócio acreditam que desenvolver um aplicativo vai ajudar os alunos a realizarem um melhor acompanhamento de seu desempenho acadêmico. Mas será essa uma boa ideia? Como descobrir, antes de investir grandes somas de dinheiro, se este é um bom caminho a ser trilhado? Design Sprint pode ajudar a responder esses questionamentos.
Em uma inception partimos do princípio de que a solução para um problema é um produto. Portanto, após uma design sprint, caso a solução identificada seja um produto de software, fazer uma inception cai muito bem. - Podemos utilizar design sprint também para validar a ideia de uma grande feature para um produto de software.
Por exemplo, a empresa Y está desenvolvendo um aplicativo de home banking. O aplicativo já é utilizado por uma base de 50.000 clientes. Algumas partes interessadas do negócio acreditam que desenvolver um feature de gestão de investimentos vai trazer mais clientes e vai ajudar a reter a base atual. Mas, antes de sair identificando épicos e histórias de usuário, será que a feature de gestão de investimentos é uma boa ideia? Será que os clientes realmente gostariam de ter uma feature assim? Design Sprint pode ajudar a responder esses questionamentos.
São várias as possibilidades.
5. BENEFÍCIOS

Eu poderia ficar aqui por horas descrevendo os benefícios de rodar uma design sprint. Mas vou me concentrar nos principais benefícios que eu mesmo tenho tirado desse método.
1. Design Sprint poupa tempo e dinheiro
A ideia de criar um MVP e levar alguns meses para validá-lo não é tão convidativa assim. As vezes temos a ncessidade de testar rapidamente uma ideia sem investir muitos recursos.
Com design sprint sabemos que em 1 semana de trabalho evoluiremos da ideia até um protótipo validado.
As atividades realizadas durante uma desing sprint dão uma ideia bem concreta do que podemos esperar da solução e da reação de seus futuros usuários.
2. Redução do tempo de desenvolvimento
Porque investir meses e meses de desenvolvimento antes de saber se ao certo aquele é um bom caminho a seguir?
Validar se uma grande feature irá ser bem recebida pelo público é um grande desafio. E, dentro de um processo de descoberta, podemos encurtar os esforços.
Nem sempre um MVP é a melhor estratégia para validar uma ideia.
3. Aprendizado validado
O esforço em criar uma solução para problemas reais de negócios sempre envolvem hipóteses.
Uma hipótese é algo que admitimos como verdade e que necessita ser validada.
Design Sprint ajuda a validar hipóteses e a ganhar aprendizado real e validado de prospectivos usuarios daquela solução.
Porque deixar para amanhã se você pode descobrir hoje se algo não tem a menor chance de funcionar?
4. Alinhar expectativas com o time
Colocar todo o time na mesma página nem sempre é uma tarefa simples.
Não adianta fazer uma reunião de 1 hora ou simplesmente apresentar as ideias de forma desconexa.
Com o processo de design sprint todo o time tem um entendimento real e aprofundado sobre os problemas do negócio, as formas de resolver o problema e como o usuário será beneficiado com a solução.
Fico interessado em como realizar uma design sprint? Eu tenho um curso ao vivo e online que te ensina a facilitar o processo de design sprint?
Até a próxima!
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